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8 de março de 2018

Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie

Olá queridos!
Reproduzo o post do meu blog Mar de Variedade. Li o livro em 2016.
É o livro do mês do CLIc. 
Essa foi a leitura de dois clubes, em novembro: O Leia Mulheres Niterói e o Clube do livro virtual. 
Já queria muito ler algo da Chimamanda, então, tive a oportunidade de ler esse ótimo livro para esses dois clubes. 

Sinopse que está no site da Amazon: "Protagonista e narradora de Hibisco roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. 
Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente."


Esse livro é o tipo que incomoda. Em mim trouxe sensações de raiva, ódio, revolta, com relação ao Eugene, pai da protagonista Kambili.
Ele é pai também de um rapaz um pouco mais velho, o Jaja, um personagem muito querido, que tenta defender a irmã e a mãe dos castigos do pai. 
O Eugene é um empresário rico, dono de rede de lojas de biscoitos e de um Jornal.  Ele é um católico fanático. 
Infelizmente, ele tenta impor a religião à família a qualquer custo. Inclusive cortou relações com o pai, por ele não seguir a mesma religião.
A minha revolta no decorrer do livro foi por causa dos castigos cruéis que seus filhos sofriam quando faziam qualquer coisa que ele considerasse pecado.
Eugene fazia uma agenda com as atividades dos filhos para cada dia da semana. Havia horário para tudo. Era regime militar. 
Não só seus filhos eram punidos, como a sua esposa, que era uma mulher extremamente passiva e submissa. 
Um personagem que me encantou muito foi a Tia Ifeoma, irmã do Eugene: guerreira, batalhadora, independente. Viúva com três filhos e com uma situação financeira pouco favorável, não se deixava abater. Acho que, no livro, ela faz um contraponto com a mãe de Kambili, que é tão submissa. 

"Mama balançou a cabeça.
-Conversa de universidade de novo. Um marido coroa a vida de uma mulher, Ifeoma. É o que elas querem.
-É o que elas pensam que querem. Mas como posso culpá-las?" (trecho do livro)

No clube do livro, conversamos sobre como o Eugene foi um personagem muito bem construído pela autora, pois, ao mesmo tempo em que ele dava castigos cruéis aos filhos e à esposa, ele era bondoso com o necessitado e era dono de um jornal progressista também.
Acho que a autora quis apresentar um personagem com várias contradições, para ser mais verossímil, pois não somos só bons ou maus, somos muito complexos. E o personagem Eugene confunde o leitor. 
O livro mostra a Kambili desabrochando, pois ela se apaixona pelo padre de uma paróquia onde mora sua Tia Ifeoma. 
Então o livro vai mostrar um pouco da Nigéria, vai tratar ainda de diferenças sociais, de machismo, de fanatismo religioso, entre outras coisas. 
O desfecho da história é bem surpreendente. Não vou dar spoiler, mas o que posso dizer é que foi um final necessário. 
Recomendo!
Feliz dia internacional das mulheres!

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