Fundado em 28 de Setembro de 1998

28 de fevereiro de 2015

Livro revela como foi articulado assassinato de Trotski

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POR  


Pavel Sudoplatov

A biografia clássica e detalhada de Liev Trotski (1879-1940) é a escrita pelo historiador Isaac Deutscher, publicada no Brasil em três volumes. Como parte dos arquivos soviéticos foi aberta, depois da queda do comunismo, a pesquisa está, em alguns pontos, datada, o que animou o general e historiador russo Dmitri Volkogonov a escrever “Trotsky — The Eternal Revolucionário” (Free Press/Simon & Schuster, 524 páginas, 1996). Trata-se de um livro notável, dado o acesso de Volkogonov aos arquivos abertos em 1991 e à sua experiência como militar que participou dos governos comunistas. O caráter autoritário de Trotski é rastreado e explicado com mestria, bem como sua excelente formação intelectual. Mas sobre o assassinato de Trotski o livro mais importante é “Operações Especiais — Memórias de uma Testemunha Indesejada” (Publicações Europa-América, 543 páginas, 1994), de Pavel Sudoplatov, com a colaboração de seu filho, Anatoli Sudoplatov. Como chefe das Operações Especiais (assassinatos e terrorismo), Pavel Sudoplatov foi o homem que coordenou o assassinato do revolucionário ucraniano, no México, em 1940, e o roubo dos segredos atômicos dos Estados Unidos. Com o apoio do filho e dos pesquisadores Jerrold L. Schecter e Leona Schecter, Sudoplatov decidiu contar histórias sobre as quais não há informações precisas nem nos arquivos soviéticos (Stálin tinha o hábito de dar ordens verbais, sobretudo quando se referia a assassinatos e envenenamentos). No prefácio, o historiador inglês Robert Conquest, dos primeiros e mais gabaritados analistas do stalinismo, escreve: “Esta é a mais sensacional, a mais devastadora e a mais informativa autobiografia que alguma vez emergiu do meio stalinista. Um documento único”. O livro de Conquest “O Grande Terror — Os Expurgos de Stálin”, publicado na década de 1960, permanece atualíssimo, em linhas gerais.
O capítulo mais espetacular, “O assassinato de Trotski”, tem 22 páginas. Finalmente, depois do interessante mas ainda insuficiente livro “Operação Trotski — Levantando o Véu de Mistério que Cobria o Brutal Assassinato Ordenado por Stálin” (Record, 192 páginas, 1972), de José Ramón Garmabella, o crime é explicado detalhadamente. Sudoplatov abre seu baú de memórias e conta tudo, ou quase. Relata até fatos menores, que nada mudam, mas mostram sua intimidade com o assassino de Trotski, o “espanhol” (há quem diga que nasceu em Cuba) Ramón Mercader. Os livros registram que Mercader fechou os olhos ao agredir o revolucionário soviético. A Sudoplatov, Mercader esclareceu que atingiu Trotski de olhos abertos.
Sudoplatov conta que, em 1938, foi convocado ao Kremlin por Lavrenti Beria, o chefão da NKVD, a polícia política. “Stálin estava diferente. Estava concentrado, equilibrado e calmo.” Beria disse para Stálin: “Sugerimos que o camarada Sudoplatov seja nomeado diretor-adjunto do Departamento de Informações Externas do NKVD”. A indicação tinha o objetivo de destruir Trotski, porque Sudoplatov era tido como profissional do melhor quilate. “A minha missão seria mobilizar todos os recursos disponíveis do NKVD para eliminar Trotski, o pior inimigo do povo.”
Stálin explicou o motivo pelo qual Trotski deveria ser morto: “Não há figuras políticas importantes no movimento trotskista, à exceção do próprio Trotski. Se este desaparecesse, a ameaça seria eliminada. (...) Trotski deve ser eliminado no prazo de um ano, antes do eclodir inevitável da guerra. Sem a eliminação de Trotski, não poderemos confiar nos nossos aliados do movimento comunista internacional. Eles enfrentarão grandes dificuldades no cumprimento do dever internacional de desestabilizar a retaguarda dos nossos inimigos através de operações de sabotagem e atividades de guerrilha se tiverem de lidar com infiltrações traidoras de trotskistas nas suas fileiras”.
O ditador prometeu que os assassinos de Trotski seriam lembrados “para sempre” pelo Partido Comunista e suas famílias seriam beneficiadas. Stálin cumpriu a promessa, mas, no governo de Nikita Kruchev, Sudoplatov acabou preso. Kruchev queria esconder seu stalinismo.
Sudoplatov recrutou veteranos soviéticos que atuaram na Guerra Civil Espanhola. Stálin disse que deveria se reportar unicamente a Beria e destacou: “A responsabilidade completa pelo cumprimento da missão pertence-lhe”. Nota-se, pois, a importância do articulador do assassinato de Trotski.
O experimentado Leonid Eitingon, que havia lutado na Espanha, foi o primeiro recrutado por Sudoplatov. A operação contra Trotski recebeu o nome de Utka (Pato), termo usado para “desinformação”. O chefe dos assassinos soviéticos conta que a rede trotskista estava infiltrada por agentes stalinistas, como Maria de la Sierra, secretária de Trotski na Noruega e no México. (A história de Maria de la Sierra é impressionante e merece um livro. Era uma espiã tão ou mais experimentada do que Olga Benario.)
Além do grupo chefiado pelo pintor mexicano David Álvaro Siqueiros (um aloprado), que comandou a primeira tentativa de matar Trotski, Eitingon recrutou a aristocrata decadente Caridad Mercader e seu filho, Jaime Ramón Mercader del Rio Hernández (“assemelhava-se ao ator francês Alain Delon”). Mercader, que havia sido guerrilheiro na Espanha, aproximou-se de Sylvia Ageloff, secretária de Trotski, em Paris. Ageloff apaixonou-se pelo bonitão espanhol. Eitingon disse-lhe para não manter atividades políticas e apresentar-se como empresário. Para que, obviamente, os alertas Trotski e seus familiares e aliados não desconfiassem.
Beria informou Sudoplatov que não devia se preocupar com contenção de despesas, pois a operação era de alta prioridade. Custasse o que custasse, Trotski deveria ser assassinado. Eitingon abriu uma empresa de importações-exportações, em Nova York, em 1939, com o objetivo de acobertar as ações de Mercader, agora com o nome de Frank Jacson. Mercader apresentava-se como empresário canadense. Ao saber que a primeira tentativa de matar Trotski havia falhado, Stálin insistiu: “A eliminação de Trotski significará o colapso total da globalidade do momento trotskista e não precisaremos gastar qualquer soma de dinheiro no combate aos trotskistas e às suas tentativas para nos enfraquecer ou ao Comintern”.
Sob pressão de Stálin, Sudoplatov decidiu apressar a operação para matar Trotski. Mercader disse a Sudoplatov que preferiu agir sozinho, para não levantar suspeitas. Em 20 de agosto de 1940, entrou na casa de Trotski, para este examinar um artigo do novo “aliado”, e enfiou uma picareta de montanhismo na cabeça do rival de Stálin. “No último instante, quando Mercader estava prestes a atingi-lo, Trotski, que estivera absorvido na leitura do artigo, mexeu a cabeça. Isso mudou a direção do golpe, enfraquecendo o seu impacto. Foi por este motivo que Trotski conseguiu gritar por socorro e não morreu instantaneamente. Ramón estava demasiado nervoso e não conseguiu esfaquear Trotski, embora transportasse consigo uma faca. ‘Embora fosse um guerrilheiro experiente que esfaqueara um guarda até a morte durante a Guerra Civil Espanhola, o grito de Trotski paralisou-me quase totalmente’, explicou Ramón.” Trotski morreu no dia seguinte.
Stálin aprovou o “trabalho bem-feito”. Durante seis anos, Mercader, conhecido na prisão como Frank Jacson, manteve a versão de que matou Trotski porque havia se decepcionado com suas ideias e que os trotskistas queriam explorá-lo financeiramente. Estava muito bem treinado pelo serviço secreto soviético e, mesmo torturadíssimo pela polícia mexicana, nada confessou.
A identidade de Mercader só foi revelada quando um parente desertou da União Soviética, em 1946, e contou sua história à imprensa. Mesmo assim, Mercader “nunca confessou que assassinara Trotski por ordem dos Serviços de Informação soviéticos”.  Era, repetia, um “decepcionado”.
Libertado, em 1960, mudou-se para a União Soviética, com a mulher Raquelia, e foi condecorado com a medalha de Heroi da União Soviética pelo presidente da KGB, Alexsandr Nikolayevich Shelepin. “Foi nomeado membro-investigador sênior do Instituto de Marxismo-Leninismo”, recebeu uma dacha (uma casa de campo) do Partido Comunista e “uma pensão equivalente à de um general importante reformado”. Stálin pagou o prêmio prometido.
Em meados de 1970, Mercader foi para Cuba, como conselheiro de Fidel Castro, de quem era “parente afastado”. Morreu em Cuba, em 1978, pranteado por Fidel e Raúl Castro, de quem era íntimo. Sem autorização de sua mulher, o corpo foi levado secretamente para Moscou com o nome de Ramón Ivanovich López.
A história de Mercader é contada pelo cubano Leonardo Padura na biografia romanceada “El Hombre Que Amaba a los Perros” (Tusquets, 584 páginas, R$ 68,10). O livro pode ser pedido no site www.livrariacultura.com.br (em inglês, no site da livraria Amazon, é mais barato).


Fonte: É permitida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia dos editores, desde que citada a fonte. 
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wilder morais

27 de fevereiro de 2015

Personalidade: José Clemente Orozco

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"Ele é um Dostoiévski" - Trótsky
Zapotlán 1883 – México D.F. 1949
Orozco foi um importante muralista Mexicano juntamente com Rivera e Siqueiros. As suas obras causaram muita controversia entre a alta sociedade mexicana graças ao seu caracter provocador e sarcástico, retratando com um toque irónico as desigualdades sociais e o comportamento da classe alta e da igreja. Alguns dos seus murais mais importantes encontram-se em Guadalajara, no antigo orfanato Museo Hospicio Cabañas e na Cidade do México, no Antigo Colegio de San Ildefonso.
orozco
Local: Hospício Cabañas - igreja desconsagrada                  Fonte



25 de fevereiro de 2015

Surrealismo

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Metamorfose de Narciso: Salvador Dali

  1. O quadro representa o mito de Narciso, vindo da mitologia grega, sendo uma obra ambígua. Ao mesmo tempo que vemos Narciso, ele aparenta ser várias rochas uma em cima da outra. Na mão que segura o ovo, simbolo da vida, vemos algumas marcas, como se fossem formigas. Dali tinha pavor de formigas, pois na sua infância as viu devorar uma lagartixa ferida.


Jacqueline Lamba - L'amour fou d'André Breton


As Internacionais: Dicionário Político

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  Associação Internacional dos Trabalhadores - Primeira Internacional
Em 28 de Setembro de 1864 teve lugar uma grande reunião pública internacional de operários no St. Martin's Hall de Londres; nela foi fundada a Associação Internacional dos Trabalhadores (mais tarde conhecida como Primeira Internacional) e eleito um Comité provisório, que contava Karl Marxentre os seus membros. Marx foi depois eleito para a comissão designada a 5 de Outubro, na primeira sessão do Comité, para redigir os documentos programáticos da Associação. A 20 de Outubro a comissão encarregou Marx de rever o documento por ela preparado durante a doença de Marx e redigido no espírito das ideias de Mazzini e Owen. Em lugar desse documento, Marx escreveu de facto dois textos inteiramente novos — a "Mensagem Inaugural da Associação Internacional dos Trabalhadores" e os Estatutos Provisórios da Associação —, que foram aprovados na sessão da comissão de 27 de Outubro. Em 1 de Novembro de 1864 a Mensagem e os Estatutos foram ratificados por unanimidade pelo Comité provisório, que se constituiu em órgão dirigente da Associação. Este órgão, que entrou na história como Conselho Geral da Internacional, foi predominantemente denominado Conselho Central até finais de 1866. Karl Marx foi de facto o dirigente do Conselho Geral. Foi o seu verdadeiro organizador, o seu cnefe, o autor de numerosas mensagens, declarações, resoluções e outros documentos do Conselho. Na Mensagem Inaugural, primeiro documento programático, Marx conduz as massas operárias à ideia da necessidade de tomar o poder político, de fundar um Partido proletário independente e de assegurar a união fraterna entre os operários dos diferentes países. Publicada pela primeira vez em 1864, a Mensagem Inaugural foi muitas vezes reeditada ao longo de toda a história da Primeira Internacional, que deixou de existir em 1876.

  Fonte: Marx e Engels - Obras Escolhidas em 3 Tomos

  Internacional Operária e Socialista - Segunda Internacional
fotoA Segunda Internacional (Internacional Operária e Socialista): nasceu em 1889 como sucessora da Primeira Internacional. Era uma associação livre de partidos socialdemocratas e trabalhistas, integrada tanto por elementos revolucionários quanto reformistas. Seu caráter progressista chegou ao fim em 1914, quando suas seções mais importantes violaram os princípios mais elementares do socialismo ao apoiar seus governos imperialistas na Primeira Guerra Mundial. Se desintegrou durante a guerra, porém ressurgiu como organização totalmente reformista em 1923.
  Fonte: O “Terceiro Período” dos Erros da Internacional Comunista

  União Internacional de Partidos Socialistas - Segunda e Meia Internacional
Segunda e meia Internacional é como foi chamada a união internacional de partidos socialistas constituída em Viena em fevereiro de 1921, por uma série de partidos (entre os quais osmencheviques russos) saídos temporariamente da II Internacional no período do ascenso revolucionário. Essa união era dirigida por F. AdlerO. BauerL. Martov e outros. O objetivo da segunda e meia Internacional era contrabalançar a influência cada vez maior da Internacional Comunista entre as massas operárias, que se haviam afastado da desprestigiada II Internacional. Em 1923 a Internacional segunda e meia voltou a unir-se à II Internacional.

  Fonte: O Marxismo e Problema Nacional e Colonial
,
  Comintern (Komintern) - Terceira Internacional
foto
Do russo Коммунистичекий Интернационал (Kommunisticheskiy Internatsional) abreviação de Internacional Comunista ou III Internacional, reunião internacional dos Partidos Comunistas de diversos países, que funcionou de 1919 até 1943. A Internacional Comunista foi sucessora e continuadora da Primeira Internacional e herdeira das melhores tradições da Segunda Internacional. A fundação da Internacional Comunista significou a criação de um Estado Maior político-ideológico do movimento revolucionário do proletariado. Lênin foi o organizador e inspirador da Internacional Comunista, que defendeu o marxismo revolucionário frente às deformações oportunistas e revisionistas de direita e de "esquerda". A Internacional Comunista buscou a formação de quadros dirigentes dos Partidos Comunistas e a sua transformação em partidos revolucionários de massa, partidos de novo tipo.
A Internacional Comunista foi dissolvida em 1943 como um gesto de conciliação de Stalin para com a Forças Aliadas (Estados Unidos, Inglaterra).



  Quarta Internacional
foto
Fundada por Trotski, em 1938, nove anos após ter sido expulso da URSS. Em França os grupos que se reclamavam desta Internacional participaram no movimento de Maio de 1968, onde ganharam alguma influência política. Com muita influência nos conflitos sociais das décadas de 1970 e de 1980. Entre os grupos mais influentes na França: a “Liga Comunista Revolucionária”, fundada em 1938, a “Luta Operária”, a “Voz Operária” bem como o Partido Comunista Internacional, dirigido por Pierre Boussel, dito Lambert.
  Fonte: Mourre, Michel, Dicionário de História Universal, vol.II, ASA, Porto,1998, p.694.

Olá Leitor, bem vindo ao Clube de Leitura Icaraí!

Nossa Clube de Leitura oferece várias possibilidades de participação:

  1. Reunião presencial para debate do Livro do Mês nas segundas Sextas Feiras mensais às 19:00h na Livraria Icaraí, situada na Rua Miguel de Frias, 9 - Icaraí, Niterói - RJ (gratuito);
  2. Pelo Facebook em https://www.facebook.com/groups/clubedeleituraicarai/;
  3. Você pode interagir com os participantes pelo blog do Clube em http://clubedeleituraicarai.blogspot.com.br/ onde você pode publicar textos de sua autoria gratuitamente se houver interesse;
  4. Participar do grupo de emails em https://groups.google.com/forum/#!pendingmsg/grupo-de-leitura-agora-na-uff;
  5. Interagir via twitter em https://twitter.com/clicuff
  6. Fale conosco em conciergeclic@gmail.com;

Participe!

24 de fevereiro de 2015

Entrevista sobre um clube de leitura, fundação e funcionamento: Beatriz Helena

Olá, meninos e meninas. Tenho acompanhado os e-mails e o blog, mas emendando o doutorado no mestrado, não consigo - faz tempo comparecer. Mas acho fundamental o que vocês fazem mantendo um clube de leitura, tanto que gostaria de entrevistá-los sobre isso.

A princípio, havia pensado em marcar uma conversa com o Concierge. Pensando um pouco mais, resolvi "conversar" com quem quiser. Talvez possam escrever sobre isso, no campo de comentários desta postagem. 



Estou pensando em, com muita calma e paciência, utilizar um espaço muito bem localizado no centro do Rio, a Livraria Gramma, para começar um pequeno grupo, a exemplo de vocês: blog, leituras coletivamente escolhidas, com antecedência. A inspiração é este grupo, pela simples razão de que vocês lêem, de todas as formas e de coração aberto, vocês lêem mesmo.

É isso, vamos conversar. Um abraço.

  1. Então, a primeira e básica é: como foi criar o clube? da ideia à operacionalização, como foi? Um grupo de amigos, colegas de algum estudo, vizinhos...

Olá Biah, muito bom saber que você continua nos acompanhando apesar de toda demanda de estudos e outras exigências da vida. Perguntas “básicas” como as suas apresentam excelentes oportunidades de refletirmos sobre o Clube porque, a exemplo das releituras literárias, os tempos mudam, nós mudamos, o grupo também, novos participantes, o que nos faz descobrir novas maneiras de compreender nosso clube de leitura, que não apenas é sempre bom mas necessário. Suas perguntas também ajudarão os novos integrantes desta história de mais de 16 anos a conhecer nosso Clube. 

Criar o CLIc foi como aproximar fogo e combustível, deflagrou uma bela história de leituras, descobertas, amizades e acontecimentos muito significativos. A ideia de reunir livros e amigos não é o máximo? A operacionalização foi feita e continua sendo feita de forma permanente segundo a vontade dos leitores que nos frequentam nas Reuniões mensais ou que participam através da web (blog, gmail, facebook, twitter) procurando sempre atender a todos os participantes na medida do possível. O jogo de forças entre essas diferentes formas de participação demanda um certo esforço de harmonização para equilibrar a luta de subjetividades existentes num domínio tão instigante e crítico como é o da leitura, mas é muito gratificante. É só imaginar o que acontece quando se reúne em um mesmo (hiper)espaço pessoas bonitas, inteligentes, sábias, cultas, jovens, críticas, ideológicas e de personalidade forte: (Big)Bang! uma explosão de vida, emoção e aprendizado, que é o que acontece no nosso clube de leitura. Quando não dá para frequentar as Reuniões, as pessoas sempre arrumam um jeito de participar, como é o que você está fazendo agora. Estou seguro que suas perguntas também são as de muitos leitores que aderiram ao nosso Clube recentemente e querem saber mais sobre nós. Vamos a mais perguntas!


Bem vinda de novo, adoramos conversar!







(Continuem respondendo, por favor, no campo de comentários da postagem)


22 de fevereiro de 2015

Personalidade: John Dewey

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Comissão Dewey (oficialmente chamada de "Comissão de Inquérito sobre as Acusações feitas contra Leon Trotsky nos Processos de Moscou") foi uma iniciativa promovida pelo Comitê Americano pela Defesa de Leon Trotsky, frente às acusações e posterior condenação feitas a ele, em 1936, e a toda antiga direção do Partido Comunista Russo de realizar atividades contra revolucionárias, sabotagem, assassinato e colaboração com o facismo.

Esta Comissão iniciou seus trabalhos em março de 1937. Teve este nome a partir do nome de seu presidente o filósofo norte-americano John Dewey, na época com 78 anos. Seus outros membros foram Carleton Beals, Otto Ruehle, Benjamin Stolberg, Alfred Rosmer, Wendelin Thomas, Edward A. Ross, John Chamberlain, Carlo Tresca, Francisco Zamora, sendo a secretária Suzanne La Follette. Após meses de investigação esta Comissão divulga seu veredito em 21 de setembro de 1937 em Nova Iorque, declarando Trotski inocente das acusações a ele feitas por Stálin dentro da União Soviética.

Fonte: Wikipedia


Era trágico ver uma inteligência inata tão brilhante trancafiada em absolutos (Dewey)

21 de fevereiro de 2015

Os Protocolos dos Sábios de Sião

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

Os Protocolos dos Sábios de Sião ou Os Protocolos de Sião 1 (russo:"Протоколы Сионских мудрецов" ou "Сионские Протоколы"), é um texto antissemita forjado que descreve um alegado projeto de conspiração por parte dos judeus e maçons de modo a atingirem a "dominação mundial através da destruição do mundo Ocidental". O texto foi traduzido do original para vários idiomas.

História dos protocolos[editar | editar código-fonte]

Segundo os historiadores, o seu propósito era político: reforçar a posição do Czar Nicolau II da Rússia, apresentando alguns de seus oponentes como aliados de uma gigantesca conspiração para a conquista do mundo.
O texto tem o formato de uma ata, que supostamente teria sido redigida por uma pessoa num Congresso realizado a portas fechadas, numa assembleia em Basileia, no ano de 1898, onde um grupo de sábios judeus e maçons teriam-se reunido para estruturar um esquema de dominação mundial. Nesse evento, teriam sido formulados planos como os de usar uma nação europeia como exemplo para as demais que ousassem se interpor no caminho dessa dominação, controlar o ouro e as pedras preciosas, criar uma moeda amplamente aceita que estivesse sob seu controle, confundir os "não-escolhidos" com números econômicos e físicos e, principalmente, criar caos e pânico tamanhos que fossem capazes de fazer com que os países criassem uma organização supranacional capaz de interferir em países rebeldes.
Capa da edição de 1912
Numerosas investigações repetidamente provaram tratar-se de um embuste, especialmente uma série de artigos do The Times of London, de 16 a 18 de agosto de 1921,2 , o que leva a crer que muito do material utilizado no texto era plágio de Serge Nilus ou Serguei Nilus de sátiras políticas existentes (principalmente do livro "O diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu", do escritorMaurice Joly3 , publicado em 1865), que não tematizavam a questão antissemita. Em 1920, Lucien Wolf publicara "The Jewish Bogey and the Forged Protocols of the Learned Elders of Zion" (London: Press Committee of the Jewish Board of Deputies.
Segundo estas investigações, a base da história dos Protocolos, como circula desde então, foi criada por um novelista alemão antissemita, chamado Hermann Goedsche que usou o pseudônimo de SirJohn Retcliffe. A contribuição original de Goedsche consistiria na introdução dos judeus como os conspiradores para a conquista do mundo. O jornal The New York Times republicou os textos, a 4 de Setembro de 19214
Os Protocolos foram publicados nos EUA no Dearborn Independent, um jornal de Michigan, cujo proprietário era Henry Ford, que ao mesmo tempo publicaria uma série de artigos coligidos mais tarde num livro intitulado O Judeu Internacional. Mesmo após as denúncias, por parte de toda a imprensa, de fraude, o jornal continuou a citar o documento. Adolf Hitler e seu Ministério da Propaganda citaram os Protocolos para justificar a necessidade do extermínio de judeus mais de 10 anos antes da Segunda Guerra Mundial. Segundo a retórica nazista, a "conquista do mundo pelos judeus", descoberta pelos russos em 1897, estava obviamente sendo ainda levada a cabo 33 anos depois.
No BrasilGustavo Barroso, advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista brasileiro, diretor do Museu Histórico Nacional, presidente da Academia Brasileira de Letras por duas vezes e membro do movimento nacionalista Ação Integralista Brasileira, publicou pela Editora Civilização Brasileira a primeira tradução em português.
Paulo Coelho, por sua vez, recorda que os Protocolos foram publicados simultaneamente na Inglaterra (Eyre & Spottiswoode Publishers) e na Alemanha (Verlag Charlottenburg), transcrevendo, de forma grosseira, determinadas ideias difundidas por Serge Nilus (ainda que o livro, em momento algum, pregue qualquer tipo de agressão física ou moral ao povo semita) ("O grande no pequeno e o Anti-Cristo como possiblidade imediata". São Petesburgo1902).5
O franciscano Maximiliano Kolbe, martirizado pelo nazis num campo de concentração, teve-o como um dos seu alvos principais por acreditar que era “o verdadeiro livro fundamental da Maçonaría6 7 .
Em 1931Anton Idovsky, um velho e desencantado monarquista, disse ter forjado os Protocolos, simplesmente porque um judeu, gerente de um banco, lhe havia recusado um empréstimo. Idovsky afirmou ter copiado as ideias centrais do livro de Joly. A história teria-se encerrado aí, caso, dois anos mais tarde, em 1933Adolf Hitler não tivesse subido ao poder, na Alemanha, uma vez que foi esta obra que os nazistas utilizaram, perante o meio intelectual alemão, para justificar a postura antissemita então pretendida de ser adotada pelo Terceiro Reich alemão.
A utilização dos Protocolos por Hitler pode ser vista nesta tradução do Mein Kampf (1925-1926), capítulo XI, Nação e Raça: "… até que ponto toda a existência desse povo é baseada em uma mentira continuada incomparavelmente exposta nos Protocolos dos Sábios de Sião, tão infinitamente odiado pelos judeus. Eles são baseados num documento forjado, como clama o jornal Frankfurter Zeitung toda semana: é a melhor prova de que eles são autênticos. O que muitos judeus fazem inconscientemente, aqui é exposto de forma consciente. E é isso o que importa. É completamente indiferente de qual cérebro judeu essa revelação se originou; o importante é que, com uma certeza positiva e terrível, eles revelam a natureza do povo judeu e expõem seus contextos internos bem como seus objetivos finais. Todavia, a melhor crítica aplicada a eles é a realidade. Qualquer um que examine o desenvolvimento histórico dos últimos 100 anos, do ponto de vista deste livro, vai entender de uma vez os gritos da imprensa judaica. Agora que este livro se tornou uma propriedade do povo, a ameaça judaica é considerada como interrompida (pgs 307-308)"
León Poliakov, aponta que tal texto é uma falsificação da polícia secreta do Czar Nicolau II da Rússia, sendo seu mais duradouro legado intelectual.8
Will Eisner (1917-2005), filho de imigrantes judeus-americanos, conhecia desde pequeno a história do panfleto Protocolos dos sábios de Sião"por bastante tempo o releguei à biblioteca da literatura perversa, ao lado do Mein Kampf (Minha luta, de Hitler)" escreveu na apresentação do seu livro, que também ilustrou, O complô (Companhia das Letras), sobre a história secreta dos Protocolos. Na introdução, o escritor e acadêmico italiano Umberto Eco se pergunta como tal livro resiste às provas de que é falso. E responde:"Não são os Protocolos que geram antissemitismo; é a profunda necessidade das pessoas de isolarem um inimigo, que as leva a acreditar nos Protocolos".9


Referências

  1. Ir para cima ver origem de Sião (Jerusalém)
  2. Ir para cima In 1921 Philip Graves Exposed the "Protocols of Zion" as a Phony por Jared Israel e Samantha Criscione
  3. Ir para cima Que, por sua vez, possivelmente teve contato com o texto antissemita La Isla de los Monopantos, do espanhol Francisco de Quevedo. Vide PRAAG, J. A. van. Los Protocolos de los Sabios de Sión y la Isla de los Monopantos de Quevedo. in Bulletin Hispanique, ano 1949, volume 51, numero 51-2, p. 169-173.
  4. Ir para cima The New York Times, 4 de setembro de 1921. Página frontal, Secção 7
  5. Ir para cima COELHO, Paulo. Conspiração segundo Márcio Bontempo. São Paulo: Revista Planeta. Edição 236, Ano 20, N° 5, Maio 1992. p. 8.
  6. Ir para cima San Maximiliano Kolbe sobre la judería y la masonería – (Revista Cabildo), Profecias y Revelaciones, 3 de Fevereiro de 2014
  7. Ir para cima El Libro de Cabecera de San MaximilianoO Kolbe, Augusto Padilla, Catapulta, 28 de febrero de 2009
  8. Ir para cima [1] Terra.com.br - Educação, O assassinato dos Romanov
  9. Ir para cima Entre Livros, nº15, 2006, Editora Duetto.


18 de fevereiro de 2015

Quarta feira de cinzas

A Quarta-feira de Cinzas vem nos lembrar que fomos pó e voltaremos ao pó, insinuando que somos pó. Assumindo, então, que já somos pó, qual seria a diferença existente entre vivos e mortos? 

Os vivos são o pó levantado pela dança, os mortos são o pó que não conseguem escutar a Música.


Somos poeira das estrelas


Fui pó e voltarei a ser pó, mas hoje danço.


Sou o ser que dança


"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos
por aqueles que não podiam escutar a música." (Nietzsche)



"Não posso acreditar em um deus que não dance." (Nietzsche)


Tomemos cada dia uma hora em que dancemos bastante naquela hora. De vinte e quatro horas que tem o dia, por que não se dar uma hora ao nosso corpo e à nossa alma? Esta é a melhor devoção e mais útil penitência, e mais agradável a Deus, que podemos fazer todos os dias de nossas vidas. 


Fonte das fotos: Revista Oásis


9 de fevereiro de 2015

Reunião do CLIC 6ª feira, dia 13/02

É carnaval, galera!!!

Alegria Clube!

Confirmada a Reunião do nosso clube de leitura nesta Sexta-feira 13 de lua minguante, como sempre acontece às vésperas do Carnaval. Vamos dar o nosso grito! Que tal irmos fantasiados de algum personagem de "Cronica da Casa Assassinada"? Tem cada figura nesse belíssimo romance de Lúcio Cardoso! Quem preferir outras personagens, de outros romances, outras fantasias, a hora é essa! Depois da Reunião a gente cai na folia até quem sabe quando, porque vai estar cheio de blocos pela Praia de Icaraí.

Ou então, invente seu personagem!

Até lá!

Saudações folionas,


Um carnaval de muita paz e alegria para todos!


“Um Pierrot apaixonado,
que vivia só cantando,
por causa de uma Colombina acabou chorando,
acabou chorando..”

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Folia é quando a gente se encontra para trocar confetes, ideias, serpentinas e leituras de si, dos outros, dos livros, da loucura que é viver. (Cris)

Desejo a todos um delicioso carnaval, seja num retiro, seja degustando as delícias de uma cachoeira ou mesmo numa cabana no meio da floresta. O que importa é ser feliz. (Niza)