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18 de abril de 2014

Lembrando Gabriel García Márquez




"A vida não é a que a gente viveu e, sim, a que a gente recorda e como recorda para contá-la." (epígrafe de "Viver para contar", livro debatido no Clube de Leitura Icaraí em 11/3/2011).

"Sentiu-se tão velha, tão acabada, tão distante das melhores horas de sua vida que desejou, inclusive, as que recordava como piores, e, só então, descobriu quanta falta faziam as brisas de orégão na varanda e o vapor das roseiras ao entardecer e até a natureza animalesca dos que chegavam. Seu coração de cinza socada, que resistira sem quebrantos aos mais duros golpes da realidade cotidiana, desmoronou-se  aos primeiros embates da saudade. A necessidade de se sentir triste ia se transformando num vício à medida em que os anos a devastavam. Humanizou-se na solidão."  (belo trecho de "Cem Anos de Solidão").

Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, cons­truídas à margem de um rio de águas diá­fanas que se precipitavam por um lei­to de pedras polidas, brancas e enor­mes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para men­cioná-las se precisava apontar com o dedo. (Um dos grandes COMEÇOS literários...)

Um comentário:

  1. Ele se foi, mas sua obra está aí, sempre , a nos encantar. Salve, slave , Gabriel !

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