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11 de março de 2014

Oblómov, de Ivan Gontcharov, no Clube de Leitura Icaraí.



Em meados do século XIX, a função econômica e social da nobreza russa é colocada em xeque por meio da apatia do jovem fidalgo Oblómov, que passa dias sem sair de sua cama, fazendo planos que nunca põe em prática. Publicado em 1859, o romance homônimo de Ivan Gontcharov gerou ampla repercussão ao retratar a elite da Rússia e entra em debate no Clube de Leitura Icaraí, no dia 14 de março. O evento acontece das 19h às 21h, na Livraria Icaraí (Rua Miguel de Frias, 9, em Niterói). A entrada é gratuita.
“Ficar deitado não era nem uma necessidade, como é para um doente ou para alguém que deseja dormir, nem um acaso, como é para alguém que está cansado, nem um prazer, como é para um preguiçoso: tratava-se de um estado normal”, conta o narrador acerca de Iliá Ilitch Oblómov. Ao contrário do que se pode imaginar, não se trata de um livro sem enredo, pois o jovem nobre se envolve em uma alarmante trama de adiamentos, desfazeres e irresoluções.  A obra popularizou-se na Rússia e algumas de suas personagens e ações tiveram influência sobre a cultura e a linguagem do povo. Oblomovshchina, por exemplo, (russo: Обломовщина), ou Oblomovismo, tornou-se a expressão empregada para descrever alguém preguiçoso ou apático como o protagonista do romance.

Sobre o autor: Ivan Gontcharov (1812-1891) nasceu em Simbirsk, atual Ulyanovsk, filho de um abastado comerciante de grãos. Após graduar-se na Universidade de Moscou em 1834, serviu por 30 anos como um pequeno funcionário de governo. Em 1847 escreveu seu primeiro romance, História Comum, que retrata os conflitos de um nobre jovem russo. Publicou sua obra de maior sucesso, Oblomov, aos 47 anos, em 1859. Entre os admiradores de Goncharov está Fyodor Dostoyevsky, que o considerava um notável autor.

Em 1867, aposentou-se de seu posto como censor do governo e, em seguida, escreveu seu último romance, O Precipício, de 1869, que é a história de uma rivalidade romântica entre três homens e prevê uma condenação ao niilismo em defesa dos valores religiosos e morais da velha Rússia. Goncharov também escreveu contos, críticas, artigos e algumas memórias que só foram publicados postumamente, em 1919. Passou o resto de seus dias solitário devido a críticas negativas a alguns de seus trabalhos. Nunca se casou e morreu em St. Petersburg, em 1891.

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