Participantes: Cristiana, Dília, Angela, Ceci, Celia, Claudia, Elenir, Elizabeth, Eloisa, Gracinda, Maria Helena, Marise, Newton, Niza, Norma, Sara, Sonia Lopes, Sonia Maria, Regina, Rita, Rose T., Vera Lucia, Vera Leite e Zezé
(Parte I)
Há muitos
dias já estávamos no clima do passeio, arrumando as maletas de viagem,
selecionando trechos de livros muito queridos, preparando o espírito para
Conservatória. E não é que o Murphy deu um sossego? Tempo bom, ninguém se
atrasou para os pontos de embarque, nem em Icaraí nem no Rio, mas ele, ele sim,
ó intragável trânsito nosso de todos os dias, não perdoou a sexta-feira. Um
engarrafamento e mais uma paradinha que virou uma paradona atrasaram nossa
viagem. Da saída às 15:35h do Rio chegamos à pousada Araris perto das 20h, já
atropelados pela programação do primeiro dia dos finalistas ao Festival de Poesias na Igreja Matriz de Santo Antônio.
E, para não
contrariar o ditado que diz que ‘há males que vem para bem’, foi isso mesmo que
aconteceu (mais à frente você vai entender porque, he he he). Não deu para
pegar o primeiro dia do concurso, ma uma bela surpresa de Cris e Dília enfeitou
nossa noite, com o show exclusivo do seresteiro Quinani para nós, enquanto sorvíamos
deliciosos caldo verde e sopa de ervilha - Ah, por que foi que não levei a
máquina fotográfica para o restaurante da pousada ? A fome, a fome quando não
mata cega a gente. Cruz credo.
Após aquela
seresta maravilhosa, que nos explicou a origem do nome Conservatória e a
história da cidade enquanto eternas canções eram puxadas pelo nosso
cancioneiro-mor e cantadas por todos nós, o grupo se dividiu entre os que
preferiram ficar na pousada e os que ainda tinham pique para uma seresta pelas
ruas da cidade. Isso já era 22h e varada.
(espaço para o
relato de uma dessas animadas companheiras porque euzinha fui é pra cama).
Dia
seguinte, aquele café da manhã do qual você se arrependerá durante toda a
semana enquanto pensa nos bolos de aipim (hum, divino), de banana, de fubá, no
sonho, pães e biscoitos diversos que você simplesmente não conseguiu deixar
passar, fora é claro os sucos, café com leite, fruta, queijo, presunto etc e
tal.
Mas, para
não dizer que não falei de flores, digo, de silhueta, você vai toda animada
fazer a aula que Norma preparou com carinho e dedicação. E se surpreende logo
na chegada, onde é convidada a ficar sobre uma folha de jornal. Não sabia que
meus pés tinham tanta versatilidade. Calcâneo (aprendi, mestra?), peito de pé e
artelhos trabalharam e a folha que era lisinha ficou completamente amarfanhada,
até virar uma bolinha que os dedinhos tinham que capturar. Mas isso era ainda
pouco, pior foi depois desamassar tudo com as laterais dos pés e ainda rasgar e
juntar. E isso só para os pés, pessoal. Professora Norma deu ordem de despertar
para todo o corpo, braços, pernas, coluna, abdômen, caminhada de reconhecimento
do lugar do outro, ligeiras massagens entre os companheiros, posturas sentadas,
em pé, tudo animado, divertido e funcional, e para fechar, um relaxamento ao
som de belas palavras da mestra.
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Fotos "Despertando o corpo" gentilmente tiradas por Gracinda |
Então fomos
para a cidade porque mulher que se preze (e homens também) não dispensa umas ‘compritas’,
não é mesmo? Retornando
ao hotel para almoçar, um tempero caseiro desses de comer e repetir - sabe
como? - , nos esperava quentinho. Hum, delícia. Depois, houve quem se animou
para ficar na piscina vendo o sol brilhar, e até mergulhando - não é mesmo Ceci?
A mim e a
maioria, no entanto, a preguiça chamou mais alto. Uns e outros até perderam a hora da
dinâmica da Gracinda, nem vou falar o nome da Adelina pra ela não ficar
chateada, ô mulher boa de cama, sô. Olha o roto falando do esfarrapado, porque
eu e Newton chegamos bem atrasadinhos, tínhamos entendido que começaria às 16h,
mas que nada, a gargalhada já rolava solta no salão quando chegamos, felizmente
a tempo de ainda ganhar um cartãozinho, só que três felizardos ficaram com cinco e
outros ainda com quatro cartões (a dinâmica envolvia frutas, animais e flores e você
ganhava um ponto quando conseguia tirar do saco um cartão correspondente ao que
tinha escolhido, a cada rodada). Todos esses tiveram direito a escolher como brinde
um dos livros doados pelo CLIc quando começamos as brincadeiras coletivas,
lembram?
Na
sequência, e acompanhados por bolo, chá e café, foi a vez do Sarau FLIC, onde os participantes levaram trechos de livros muito queridos para partilhar junto ao
grupo: Vinícius de Moraes, Cristóvão Tezza, Mia Couto, Amós Oz, Ivan Goncharov, Adélia Prado, Fernando Pessoa (você não
achou que ia ficar de fora com a Dília lá, né?) e muitos outros autores
preciosos nos acompanharam nesta tarde adorável.
Sabe
que logo em seguida fomos comer de novo? Não é brincadeira não, mais caldos
quentinhos porque afinal tínhamos que assistir ao Festival de Poesias. E aí foi
uma coisa assim... como dizer? Daquelas que fazem você lembrar de Salvador
Dali? É, para mim surreal foi a palavra. Depois, em troca de comentários
diversos sobre o evento - que rolaram até a chegada em casa -, muitos acharam
que foi assim ... didático, sob o ponto de vista antropológico e cultural.
Quer
saber como funcionam as coisas em uma cidade do interior onde o pessoal todo se
conhece? Vai lá no Festival que você vai ver. Muitas homenagens daqui e dali,
presentinhos para os júri, presentinhos para a apresentadora, para o marido da
apresentadora, para a viúva do homenageado, para a amiga da viúva, e todos com
direito a discurso. Tá bom ou já chega? Ah sim, e tudo isso entremeado com
músicas de seresta. Até agora, poesia que é bom... nada, mas vai piorar.
(Fim
da primeira parte. Aguarde, momentos emocionantes vêm aí)