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31 de outubro de 2013

O Deus das pequenas coisas, de Arundhati Roy, no Clube de Leitura Icaraí



Uma poesia em forma de romance. Assim pode ser descrito O Deus das pequenas coisas, de Arundhati Roy. Trabalhando com a cultura da Índia dos anos 1960 e 1970, a autora analisa algumas interessantes mudanças na cultura do povo afetado pelo que chega de novo da Europa. Essa incorporação de hábitos dos colonizadores europeus, junto com importantes tradições locais, promete gerar um excelente debate com um enredo cheio de romances. O debate em torno do livro acontece das 19h às 21h, na Livraria Icaraí (Rua Miguel de Frias, 9, em Niterói). A entrada é gratuita.
O livro desta autora indiana, em muitos aspectos autobiográfico é, antes de mais nada, um enredo tão intenso como o de "Romeu e Julieta". A força das histórias de amor destacada nessa obra é tão evidente devido a todas as barreiras de grandes ou pequenas coisas impostas por uma cultura tão tradicional e rígida. Todas essas dificuldades tornam O Deus das pequenas coisas um festival de relacionamentos proibidos. Sejam dois gêmeos que se amam com uma intensidade que ultrapassa os laços de sangue, a avó cuja história de amor tem as cicatrizes da violência, a tia-avó que esconde a paixão pelo Reverendo sob uma capa de austeridade e repressão, o tio que não ultrapassa o desamor pela sua musa britânica, todas possuem essa característica.
Com repetições, frases de uma palavra e adjetivos enriquecidos pelo uso de metáforas, sinestesias e personificações, o título aposta em uma intensidade textual fora do comum. As pequenas coisas são descritas até o mais íntimo significado como quem deseja prolongar aqueles momentos, muitas das vezes proibidos. Porque, nessa obra, são as pequenas coisas que ligam os personagens ao amor, à loucura e à infinita felicidade.

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