Para ler a parte 1, clique no link abaixo:
As fotos acima foram gentilmente postadas no face pela Rose T. Não sei em que momento ela as tirou, mas deve ter sido bem no início, embora Beth e Vera já pareçam estranhar muito a situação. Bem, começam
as poesias, do 5º ao 1º lugar, categorias A e B (acho que uma era para autores publicados e outra para os não publicados), e você vai ficando preocupada,
os cabelos começam a ficar em pé, de espanto, de estarrecimento, de desespero.
Você fica, literalmente, boquiaberta. Essas são as poesias premiadas? Dio mio,
melhor não comentar. Sorte que a gente sabia que uma pelo menos era boa porque
a colega Maria Luiza, assídua frequentadora dos cafés concertos da Dília e Cris, e poetisa de mão cheia, estava entre os finalistas. Aliás, ela foi a vencedora
– parabéns, darling.
A
turma do ‘deixa disso’ vai dizer que eu estou exagerando, mas não. Pela luz que
me alumia, como diriam meus antepassados, pelos olhos que esta terra há de
comer. Teve uma poesia chamada “Etnia” que era boazinha, e uma outra lá, acho
que a do rapaz de Mesquita, que ficou chorando no palco, que dava pro gasto. Solamente. Nas palavras de Dília:
“Eu queria morrer e não tinha tempo”.
Newton,
estupefacto, me olhava como quem diz: me belisca, vai, diz que eu estou
sonhando. Eu e Niza trocávamos olhares cúmplices e cochichos de incredulidade.
Dília se contorcia no banco da frente. Era dantesco e, ao mesmo tempo, tão,
tão... cristão. Pode isto? Ah sim, e entre uma coisa e outra um besouro pousa
no vestido de Rose T, que dá um pulo, o vestido levanta (essa eu perdi, mas me
contaram) esbarra no fotógrafo (esqueci de dizer que ele também foi
homenageado) que derruba a máquina no chão, mas o espetáculo que acontecia a
pouquíssimos metros à frente era por demais arrebatador para que tirássemos os
olhos do altar.
E
isso é pouco ainda. Você tinha que ser
um mosquitinho para estar lá na hora do “Príncipe negro”, inenarrável. Entra
uma criatura afetadíssima, que já estava a mil por hora no banco da igreja,
como quem soubesse que tinha ganhado por antecipação, e absolutamente
performática, começa a declamar sua poesia, vencedora do
1º lugar numa das categorias, com direito a caras e bocas e outros gestos que prefiro omitir. Com certeza ela achou que a, digamos, poesia, era
erótica - aqui em casa tem outro nome. Pena que minha memória não seja privilegiada e não tenha gravado
alguns trechos para vocês – também procurei em algum blog de Conservatória, mas
não achei -, tinha 'versos' absolutamente incríveis e tudo isto, não esqueça, em plena Igreja da
Matriz. Perguntem aos demais presentes do CLIc que verão que não exagero uma
vírgula. A Angela, que lamentou ter chegado após a epifânica cena, a definiu
bem: histriônica.
Pois
bem, finalmente um momento de normalidade literária se instaurou quando Maria
Luiza subiu ao palco e teve seu lindo poema magnificamente declamado por Dília.
Arre égua que eu já estava precisando disso. A loucura cansa, vocês não
imaginam (imaginam?), essa experiência me confirmou. Espero depois poder postar uma das fotos que tirei de Maria Luiza, é que eu estava com a máquina dela, então não tenho as fotos comigo.
O
que fizemos quando tudo terminou? Além de suspirar longamente, a gente queria
um chopp, que ninguém é de ferro. Um não, vários, se não fizer falta pra casa,
por favor, já dizia meu digníssimo. Alguém me disse que Norma voltou ao hotel;
algumas outras meninas ficaram dando uma voltinha na cidade, outras procuraram
barzinhos para ficar. O grupo em que eu estava foi para o Bar do Tom, acho que
era esse o nome. Lá pedimos uns petiscos e falamos da noite inusitada. A conta
não vinha nunca – assim como o filezinho que pedi - o pessoal ainda teve que
matar o boi, coitados! Voltei para o ônibus com Gracinda e a galera veio logo
em seguida, assim que a conta chegou. Esse foi nosso sábado.
Domingo
de manhã, aquela coisa tristésima de tomar um café da manhã cheio de guloseimas
se repetiu e, após, Café concerto na igreja apresentando “Divinos Versos”, uma
seleção pra lá de especial. Em toda a longa carreira literária de Cris e Dília
elas nunca tinham se apresentado numa igreja e eis que duas novas revelações acontecem. Só que isso eu vou deixar para a terceira parte, ok?
Ai meu Deus, cada a parte III? Cara eu perdi tuuuuuuuuudo isso, eu gostaria de ter visto as caras e bocas da criatura. rsrsrsr
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